O quiabo (cujo nome científico é Abelmoschus esculentum) é um alimento de origem africana. Surgiu provavelmente entre o Egito e a Etiópia, mas é também muito consumido no Sudão, Nigéria, Mali, Guiné-Bissau e Burkina Faso. Nos Estados Unidos ele é considerado um alimento típico dos Estados do sul.
O quiabo é fruto do quiabeiro, uma planta da família da malva (Malvaceae). Possui origem africana. Também é conhecido como quingombô, gombô, quibombó, quibombô, quigombó, quibombó, quimbombô, quingobó, quingombó e quingombô.
Com o intenso tráfico de escravos para a América, para trabalhar nas plantações e, posteriormente, na mineiração houve igualmente um intenso intercâmbio cultural entre os dois continentes, o que possibilitou a vinda de várias espécies de plantas e animais para o Brasil. Dentre os alimentos que vieram juntamente com os escravos estava o quiabo.
“A população negra que vivia no Brasil plantou inúmeros vegetais que logo se tornaram populares, tais como: quiabo, caruru, inhame, erva-doce, gengibre, açafrão, gergelim, amendoim africano e melancia, entre outros. Os negros trouxeram para o país a pimenta africana, cujo nome localizava a origem, Malagueta”[1].
O quiabo passou a fazer parte da culinária brasileira, estando ainda relacionado à rituais de festas religiosas. O Caruru (quiabo cozido com camarão seco, castanha, amendoim, gengibre e azeite de dendê), por exemplo, é um prato servido na Bahia no dia 27 de setembro, em homenagem aos santos Cosme e Damião. O quiabo é um alimento presente nas oferendas a orixás dentro das religiões de matriz africana, sendo considerado muito mais do que um simples alimento para os seguidores destas religiões. Veja um exemplo:
“Ajebo ou ajébo é comida ritual do Orixá Xango ayra. É feito com seis ou doze quiabos cortado em “lasca”, batido com três clara de ovos até formar um musse, regado com gotas de mel de abelha e azeite doce. Colocado em uma gamela forrada com massa de acaçá ou pirão de farinha de mandioca, ornado com doze quiabos inteiros, doze moedas circulante, doze bolos de milho branco e seis Orobôs. A mesma oferenda pode ser oferecida a outras qualidades de Xangô, todavia acrescenta-se azeite de dendê e substitui os doze bolos de milho branco por doze acarajés”[2].
A culinária mineira, assim como a de muitas outras partes do país foi influenciada pela culinária africana, indígena e portuguesa. Temperos e alimentos vindos de vários continentes se encontraram dando origem a pratos que se tornaram característicos de várias regiões.
Em Minas Gerais o quiabo está presente desde o início da ocupação da região, no final do século XVII, com a descoberta do ouro e, posteriormente, dos diamantes. O quiabo era preparado juntamente com a carne de animais ou misturado ao angu. Quando chegaram as galinhas e porcos trazidos pelos portugueses vieram, então, o frango com quiabo e a costelinha com quiabo, sempre acompanhados de angu.
O frango com quiabo é um ensopado, tipo de comida característica da culinária portuguesa trazida para o Brasil pelos colonizadores. Os ensopados eram preparados pelos colonos com carne de animais de caça ou animais criados em sítios e fazendas, como galinhas e porcos. Geralmente, eles eram acompanhados de farinha de mandioca, outro alimento típico da culinária nacional, de origem indígena.